segunda-feira, 17 de setembro de 2012

SEGINFO 2012

Novas leis nivelam criminosos aos cidadãos e incentivam o cibercrime


Não bastasse o fato de o Brasil estar muito atrasado em relação a outros países, no tocante a adoção de uma legislação voltada para o combate dos crimes cibernéticos - o Chile, por exemplo, tem legislação desde 1993 - o Congresso Nacional deverá criar leis inócuas, que se levadas ao pé da letra, podem tornar o crime como algo que compensa. A avaliação é do advogado, Walter Capanema - Secretário-Geral da Comissão de Direito e Tecnologia da Informação da OAB/RJ.

Ele proferiu palestra sobre o tema -"Os desafios para o combate ao cibercrime" - durante o 7º SegInfo, realizado entre os dias 30 e primeiro de setembro, no Rio de Janeiro. E não poupou críticas aos textos que estão em análise no Congresso. Também foi duro ao falar do demorado processo legislativo, o qual, na visão do especialista, deixa o país vulnerável às quadrilhas organizadas.

Segundo Capanema, essa demora fez com que o famoso "jeitinho" brasileiro possibilitasse aos juízes julgar alguns delitos adaptando-os com base no Código Penal de 1940, quando a Internet sequer existia. Mas, agora, com a possibilidade de aprovação de uma revisão do Código Penal existe, segundo ainda o advogado, chance de a situação se agravar no judiciário, devido à má interpretação dos legisladores com relação às condutas, que podem ser consideradas crimes eletrônicos.

Além disso, o Código Penal não previu a questão da "proporcionalidade", responsável por definir uma maior punição, conforme a gravidade do crime. A proposta, de acordo com Capanema, é branda e quase se torna um incentivo para se cometer um crime eletrônico. Dos quatro artigos sugeridos para regular e punir crimes na web, apenas dois efetivamente punem os infratores, sustenta o secretário-geral da Comissão de Direito e Tecnologia da OAB/RJ. Ainda sim, as penas são brandas e podem levar o infrator a pensar que compensa.

Assista e constate os desafios que o país terá pela frente para resolver a questão dos crimes cibernéticos:


Fonte: Convergência Digital

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