by Piauí nº 90
A PETISTA DESLUMBRADA
Metade irresponsável, metade hipócrita, a princesinha, como toda comunista, no fundo sonhava em casar com um marido rico e morar numa cobertura à beira-mar no Leblon. Resistia diariamente ao trabalho honesto e ofendia a religiosidade de sua sagrada família repetindo blasfêmias vomitadas por Gregorio Duvivier.
Todos sabiam que Cinderela era a cabeça de uma gangue que recrutava bárbaros desocupados para realizar rolezinhos nas áreas civilizadas da corte. Em vez de levar um corretivo bem aplicado, a musa da baderna foi incentivada a delinquir e logo se destacou. Integrou comissões de direitos humanos para defender os bandidos que a acompanhavam e, claro, filiou-se ao PT para conhecer bandidos novos.
Num belo dia, enquanto tramava a depredação de um asilo, Cinderela recebeu uma mensagem em seu iPhone 4 convidando-a para um baile na USP regado a cerveja e tóxicos. Sua madrasta, que pagava suas contas, inclusive o cartão American Express, foi contra. Numa atitude corajosa e educativa, amarrou Cinderela a um poste e saiu para trabalhar.
Foi quando, num passe de mágica, a Fada Neoliberal apareceu. Com um vestidinho Versace, óculos escuros Dolce & Gabbana e chapéu-panamá, a fadinha foi logo lançando seu feitiço: “Livre mercado, Estado mínimo, garantias individuais/ Bibidi-bobidi-bu/ Junte isso tudo e teremos então/ Bibidi-bobidi-bu.”
Com uma varinha Louis Vuitton, transformou a abóbora em um helicóptero da família Perrela. Reduziu impostos de perfumes e disponibilizou para Cinderela um grande closet com coleções hippies e hipsters 2014-15 de grifes famosas. Mas havia uma condição: à meia-noite, o feitiço acabaria e Cinderela teria que arrumar um emprego para pagar suas contas e reembolsar as dívidas que fez com a fada. Os juros seriam de 13% ao mês. Cínica, Cinderela aceitou as condições.
No baile, Cinderela dançou a noite toda de rosto colado com um morador de rua fedido. Perto da meia-noite, no entanto, a manifestação que começou pacífica foi infiltrada por um pequeno grupo mascarado que iniciou atos de vandalismo. A princesa acabou deixando cair um frasco de vinagre e uma máscara de oxigênio na escadaria enquanto corria da Polícia Militar.
Edevaldo Maria das Dores, o morador de rua que dançou com Cinderela, começou a procurar mulheres em cujo rosto coubesse a máscara. Calhorda e ingrata, como todos os comunistas, Cinderela ignorou a busca do malcheiroso e os dois nunca mais se viram.
Cinderela casou-se com um empresário neoliberal financiado pelo BNDES e viveu hipócrita para sempre, assistindo a Manhattan Connection sob o edredom nas noites de domingo.
Qualquer semelhança será mera coincidència com qualquer cabeça guilhotinada.
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