Patrocinadores rompem com Lance Armstrong
As consequências comerciais das alegações de doping contra o ciclista americano Lance Armstrong se alastraram ontem, depois que a Nike Inc., a Anheuser-Busch InBev NV e a fabricante dos capacetes de ciclismo Giro se afastaram do ex-campeão.
A Nike foi particularmente dura, mencionando evidências incontestáveis de que Armstrong fez uso de doping e enganou a empresa durante mais de dez anos.
A gigante dos artigos esportivos afirmou que continuará a apoiar a organização beneficente contra o câncer criada por Armstrong, apesar de ter rompido relações com o ciclista, como parte de uma iniciativa para proteger a marca Livestrong. A Fundação Lance Armstrong há anos manteve uma parceria com a Nike, o que permitiu a ela licenciar a marca Livestrong para uma coleção de roupas, calçados e outras mercadorias.
A Nike expandiu a coleção Livestrong fora dos Estados Unidos, no Canadá, França, Reino Unido, República Tcheca e Austrália, entre outros países, e Armstrong fez, no ano passado, aparições em varejistas e eventos em nome da Nike, para promover a linha.
Armstrong disse ontem que renunciou ao posto de presidente do conselho da Fundação Lance Armstrong, conhecida como Livestrong. A Nike não exigiu a renúncia de Armstrong, segundo uma porta-voz da fundação, que disse que Armstrong tomou a decisão depois de consultar a família. Ela informou que o ex-ciclista continua negando as acusações de que tenha usado drogas para melhor seu desempenho.
Uma porta-voz da Nike disse que não comentaria se a Nike havia pedido ou não a Armstrong para deixar o conselho da fundação, depois que a Agência Antidoping dos EUA detalhou, na semana passada, as alegações de que ele tenha usado drogas que melhoram o desempenho. A relação da Nike com Armstrong começou em 1996, e, quando surgiram as primeiras acusações de doping contra ele, a empresa o defendeu consistentemente nas negações que ele fez.
Em 2000, a Nike apresentou Armstrong para o público como um atleta idôneo, quando ela começou a exibir comerciais que mostravam o ex-ciclista fazendo um exame de sangue em frente a repórteres e então respondendo às acusações de que havia se dopado. "Onde eu estou? Estou na minha bicicleta, seis horas por dia, assando o meu traseiro", dizia ele no mesmo momento.
A Easton-Bell Sports Inc., que fabrica os capacetes Giro que Armstrong sempre usou para pedalar, também encerrou o patrocínio do atleta, embora afirmasse que continuaria apoiando a Livestrong.
A rede americana de lojas de eletrônicos RadioShack — que esteve sempre muito próxima de Armstrong desde que assinou um contrato de patrocínio com ele em julho de 2009 — informou ontem que está terminando sua relação com o atleta. O ex-diretor da equipe de Armstrong, Johan Bruyneel, se demitiu na semana passada de uma equipe de ciclismo patrocinada pela RadioShack. A empresa havia afirmado na semana passada que estava monitorando a situação.
Brunyeel e seu advogado não responderam imediatamente a pedidos de comentários feitos ontem.
A Anheuser-Busch havia fechado um acordo de três anos com Armstrong no final de 2009 e ele apareceu em vários comerciais da cervejaria. Assim como a Nike e a Easton-Bell, a cervejaria divulgou que continuará apoiando a fundação de Armstrong.
Fonte: The Wall Street Journal
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